Ano: 2010
Tempo: 24 minutos

Nivaldo Mercúrio.
Nascido no dia 11 de junho de 1927, o mais velho de quatro filhos guarda uma lembrança marcante de sua infância, aos seis anos de idade: sua mãe sendo levada por uma ambulância preta do DPL (Departamento de Profilaxia da Lepra) e a casa onde morava com a família colocada em chamas.

Foi aos seis anos também que começaram a aparecer as primeiras manchas decorrentes da hanseníase nos braços de Nivaldo, mas somente aos 15 anos ele iniciou o tratamento - com óleo de chalmugra - em segredo, no consultório de um médico particular. A esperança era de que a doença regredisse para evitar sua internação, mas, dois anos mais tarde, "faltando dez dias para completar 17 anos", ele seria obrigado a se recolher ao Asilo-Colônia Aimorés, em Bauru - SP.

Ao final de quatro anos de tratamento, Nivaldo esteve preste a receber alta. A boa notícia, no entanto, foi interrompida por uma decisão contrária, que determinava a continuidade de sua internação. A expectativa frustrada teve como seqüela um trauma emocional que o deixou sem falar por 31 anos. Superado o choque, Nivaldo atualmente reside e trabalha no Instituto Lauro de Souza Lima - antigo Asilo-Colônia Aimorés.

Projeto realizado durante pós-graduação em cinema-documentário na FGV sob orientação de Eduardo Escorel. Este filme foi inspirado na dissertação de Mestrado "Auto-imagem, fotografia e memória. Contribuições de ex-internos do Asilo-Colônia Aimorés - SP" de Daniela Lemos de Moraes apresentada em 2005 ao Programa de Pós-graduação em Multimeios da UNICAMP, sob orientação do Prof. Dr. Etienne Samain. Meus agradecimentos a ambos.